domingo, 17 de julho de 2011

Courgette recheada

Amiguinhas cozinheiras e não cozinheiras, amiguinhas com gostos esquisitos e amiguinhas saco sem fundo, amiguinhas com muito saber da cozinha, ou com pouco, esta semana deu-me para a cozinha!

Esta é uma área da qual muito desconheço, mas que muito aprecio. Adoro comer, adoro comer porcarias, mas também não sou esquisita, sou um bom prato só que não costumo variar muito. Ou seja, no dia-a-dia, quando não me estou para chatear peço sempre um belo de um croissant e um ice-tea de limão! Recorro tanto a essa táctica que já chegaram a adivinhar o que ia pedir... Ao menos é bom! E não é que nas refeições principais não varie, aliás, adoro ir ao restaurante e pedir algo que nunca peço. Mas quando toca a ser eu a confeccionar a aventura, não sou muito empreendedora...

Mas ultimamente tenho passado muito tempo na cozinha. Isto é, como por vezes levo o almoço preparado de casa, isso obriga-me a muito planeamento e ao fim de três meses concluí um ciclo, já estava farta de comer a mesma coisa. Numa de loucuras comprei a Blue Cooking e decidi ir ao supermercado variar! 

No supermercado sou daquelas pessoas que leva a lista e se cinge totalmente à lista, saltando mesmo alguns itens para não ter que passar lá muito tempo. O resultado é chegar muitas vezes a casa e aperceber-me que tinha de ter trazido muito mais do que tenho nos sacos, o que me obriga a ir lá passados dois dias! Enerva-me! Com a ajuda do meu companheiro (adoro a palavra) já tenho vindo a desenvolver um certo gosto por comidas mais elaboradas e, eventualmente, fui ganhando vontade de também eu meter as mãos na massa. Tenho certos pratos que cozinho bem, mas regra geral não costumo inventar. 

Mas eis que nesta revista com já três meses (lol, só reparei quando já a estava a folhear em casa) apresentam mais de 30 receitas light no custo, mas não no paladar! Comecei por ler todas as receitas e ver quais me interessavam mais, e também por anotar ingredientes que não costumo usar na salada. Fiz a minha lista e lá fui eu, acompanhada por um companheiro pouco convencido da eventualidade do prato realmente se materializar — por  mim, pelo menos! Com um cestinho para cada um, enchi o meu de ingredientes que raramente como: agrião, amêndoa laminada, meloa, courgette, alho francês, tomilho, coentros e vinagre balsâmico!

Logo no dia seguinte fiz uma saladita de atum com agrião, milho, amêndoa laminada e tomate e alface com azeite e vinagre balsâmico e foi um sucesso! Não imaginam a minha felicidade! Já tive experiências horríveis com a minha mania de experimentar pratos diferentes nos restaurantes, pelo que no meu íntimo, tinha algumas dúvidas! Mas não, soube-me muito bem e foi interessante ter novos sabores na ementa, e no dia seguinte lá foi a dita salada para a escolinha! 

Já para o prato principal foi mais difícil ganhar coragem... Estava com preguiça, aquilo ainda tinha que ir ao forno, a semana já passava de meio... Incrivelmente, bastou o companheiro mencionar que talvez tivesse razão na sua previsão que me lancei logo à lista de ingredientes e passar pelo supermercado à vinda do trabalho. Grande ideia! Prato simples, aprovado e todooooooo feito por mim, que orgulho.

Aqui fica a imagem do prato antes do forno:



e após forno:




A receita que deixo abaixo não menciona massa, mas calculei que a courgette não fosse suficiente e fiz bem, penso que corta demasiado o sabor e não custa nada fazer um pratito de massa. A apresentação é bonita mesmo sem qualquer enfeite e o sabor cremoso sem ser enjoativo. Embora tenha sujado a cozinha toda e ainda tenha adicionado pimentos cortadinhos, adorei a dica e planeio entretanto fazer mais duas da mesma revista adicionando laranja e salmão fumado à ementa! Obrigada Blue ;)

Receita:
Para 6 pessoas

600 gr de carne de vaca picada                              1 embalagem de 500 ml de béchamel
250 gr de cogumelos                                              1 cebola picada
4 dentes de alho picados                                         6 courgettes pequenas
1 folha de louro                                                      Azeite q.b.
Sal e pimenta q.b.                                                   Queijo parmesão q.b.
(eu adicionei tomilho, orégãos, salsa e manjericão e um bocadinho de molho de tomate antes mesmo de levar ao forno e e fiz tudo na metade da quantidade mencionada pois somos só dois)

1. Corte as courgettes ao meio e com uma colher retire um pouco do recheio. Deixe a repousar. Tempere a carne com sal.
2. Numa frigideira refogue em azeite a cebola com o alho e a folha de louro. Adicione os cogumelos em quartos e, quando estiverem amolecidos, junte a carne. Deixe cozinhar durante cerca de 10 minutos, mexendo de vez em quando.
3. Junte o Bechamel, envolva bem e prove para retificar os temperos. Recheie as metades das courgettes com a mistura. Polvilhe com um pouco de queijo e leve ao forno durante cerca de 20 minutos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

"Estás igual!"

Reencontro amigos e, regra geral, a observação é sempre a mesma: "não mudaste nada!". Sim, eu sou desse tipo de pessoas. Aquela menina magrinha, energética, tagarela, que chega a roçar o chata, a pulga divertida que não parava quieta... Se consultarem as fotografias da escola primária, sou das poucas que ninguém tem dificuldade em identificar.

Mas não sei bem o que isso significa. Bem sei que não é um comentário invulgar, milhares de pessoas já o devem ter ouvido a certa altura da sua vida, mas não sei porquê parece-me ter um peso que dispenso. Não pela intenção por detrás de quem comenta, mas pelo que isso significa relativamente à minha vida... Aterrada como sempre com o que posso nunca atingir, fico revoltada ao escrutinar essas palavras. No momento sorrio e acho piada, não reflito. A minha loucura não é imediata, percebem? No entanto, quando depois passa o tempo, estou a fazer algo sem importância e penso no meu dia — e atinge-me! Outra vez... Faz-me avaliar tudo, olho-me ao espelho, procuro rugas, marcas que não tinha, manchas e conto-as, o percurso do que já recolhi pelo caminho e digo: é desta que pinto o cabelo!... ;)

Também não é assim tão grave, mas ainda não consigo desprender-me da necessidade automática de rever a minha vida e avaliá-la (porque já não passo tempo suficiente a fazer isso!). Após uma certa dose de realismo e introspeção lá me consigo acalmar pela consciência dos fatos, e digo para mim própria a história do costume: estou no caminho certo, até agora ainda não me desviei muito, já tenho alguns "checks" na minha lista de objetivos a cumprir e posso agora dizer que sou totalmente independente, mesmo numa altura tão difícil como esta. Nada mau para estes 24 aninhos. Mas por que é que preciso de me relembrar disso? Qualquer dia começo a colocar post-its pela casa com momentos chave da minha vida para não desanimar. Se calhar muitas fotos também não era mau, mas não quero fazer demasiados furos na casa, é alugada! 

Vêem? sempre igual...
Conclusão, filha de mãe bipolar e de pai com dose de relaxe de uma demasia totalmente adorável e amor em termos proporcionais sinto esta dificuldade em encontrar um equilíbrio, até mesmo de emoções... Cada vez que me aproximo de estabilidade, o medo arrepia caminho por mim acima e finca-se na minha mente sem deixar qualquer espaço para retaliação... Tenho um medo profundo de chegar a um ponto morto, estacionar e perder-me dentro de mim mesma. Sinto-me sempre presa. Como se fosse prisioneira do medo, deste sentimento familiar mas tão ambíguo. Medo de avançar em demasia, de saltar em direção ao precipício sem certezas de nada, e simultaneamente este terror de nunca chegar à meta que nem eu própria sei identificar.

Traço uma linha num papel em branco e não lhe vejo fim, e fico feliz. Para mim não deveria haver um fim para nada. Não deveria haver um fim para um bom filme, um fim para uma boa música, para um bom jantar, para um bom amor, para bom sexo, para uma boa amizade. Mas será que se decidir lançar a âncora estarei já a chegar ao fim do papel? 


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Coisas engraçadas

Com pouca paciência para filmes muito longos devido ao dia comprido, propuseram-me ver "Paul". Hum, o que sairá daqui? Tinha apenas uma indicação de que não seria um desastre total: Simon Pegg, actor principal em outras comédias do género como "Hot Fuzz" e "Run Fat Boy Run". 

ADOREI! Filme estúpido, com piadas secas e um efeito especial maravilhoso que dá vontade de abraçar o dito "Paul"! Esta história sobre a aventura de dois ingleses por terras americanas foge ao convencional por conseguir fazer-nos gostar das personagens tão já familiares. Fazem lembrar aqueles amigos irremediáveis, que não conseguimos mudar, razão pela qual gostamos ainda mais deles...
Para relaxar, muito divertido, aconselho!