sábado, 24 de setembro de 2011

Momento groupie - Camané!

Pois foi, hoje tive o meu primeiro momento groupie da minha vida! No meio de tudo o que acontece na loucura dos dias, durante conversas insignificantes, horas de nervosismo à espera de notícias, consegui descobrir que o fadista Camané vinha a Barcelos numa sexta-feira. Não perdi tempo e reservei os bilhetes, com o meu companheiro de sempre, o meu papá, arrastando a mamã e com bónus para a titia. 

A semana que antecedeu passou como tantas outras este ano, numa correria sem fim, como se os momentos me estivessem sempre a fugir pelas mãos, nunca os minutos suficientes para me saciar da minha fome de convívio. Então, para me preparar mentalmente, decidi tirar a tarde para acalmar o passo. Dediquei-me ao ritual de passear o cão, de brincar com ele no jardim. Seguiu-se o belo do passeio a ver montras e a trazer alguma para casa. Banhoca tomada em relaxe e estava pronta para o espetáculo.

Apaixonada desde sempre pela voz do homem, sabia para o que ia, já sabia que ia gostar. Mas fiquei deslumbrada. Desde o primeiro minuto em que abriu a boca, foi como se me tivesse prendido ali umas horas, só para mim, em que não me senti a correr, mas em tranquilidade. O espetáculo merecia maior divulgação, foi pena a casa não estar cheia, pois os próprios cenários que apresentaram nos transportavam para o mundo do fado dos inícios do século XX, arrebatados depois pela voz mágica que nos devolvia à realidade. Simplesmente adorei. Arrancou-me a lágrima, e derreteu-me o coração, e fez-me sorrir... O que mais?

À saída, uma amiga, que o destino se encarregou de incluir no meu caminho, comenta que o conhece... Bem, o meu espírito de adolescente renasceu das cinzas e até palpitações senti! Claro está que quando lhe pude dar dois beijinhos, limitei-me a sorrir com cara de pateta em transe e da minha boca mais nenhum som saiu. Pronto! 

Vim no carro a dar risadas e vou hoje mesmo muito feliz para o mundo dos sonhos. Que belo espetáculo, que voz, que emoção, perfeita para me embalar ao som de um fadinho! Obrigada Camané (e Sãozinha, és a maior!)

domingo, 17 de julho de 2011

Courgette recheada

Amiguinhas cozinheiras e não cozinheiras, amiguinhas com gostos esquisitos e amiguinhas saco sem fundo, amiguinhas com muito saber da cozinha, ou com pouco, esta semana deu-me para a cozinha!

Esta é uma área da qual muito desconheço, mas que muito aprecio. Adoro comer, adoro comer porcarias, mas também não sou esquisita, sou um bom prato só que não costumo variar muito. Ou seja, no dia-a-dia, quando não me estou para chatear peço sempre um belo de um croissant e um ice-tea de limão! Recorro tanto a essa táctica que já chegaram a adivinhar o que ia pedir... Ao menos é bom! E não é que nas refeições principais não varie, aliás, adoro ir ao restaurante e pedir algo que nunca peço. Mas quando toca a ser eu a confeccionar a aventura, não sou muito empreendedora...

Mas ultimamente tenho passado muito tempo na cozinha. Isto é, como por vezes levo o almoço preparado de casa, isso obriga-me a muito planeamento e ao fim de três meses concluí um ciclo, já estava farta de comer a mesma coisa. Numa de loucuras comprei a Blue Cooking e decidi ir ao supermercado variar! 

No supermercado sou daquelas pessoas que leva a lista e se cinge totalmente à lista, saltando mesmo alguns itens para não ter que passar lá muito tempo. O resultado é chegar muitas vezes a casa e aperceber-me que tinha de ter trazido muito mais do que tenho nos sacos, o que me obriga a ir lá passados dois dias! Enerva-me! Com a ajuda do meu companheiro (adoro a palavra) já tenho vindo a desenvolver um certo gosto por comidas mais elaboradas e, eventualmente, fui ganhando vontade de também eu meter as mãos na massa. Tenho certos pratos que cozinho bem, mas regra geral não costumo inventar. 

Mas eis que nesta revista com já três meses (lol, só reparei quando já a estava a folhear em casa) apresentam mais de 30 receitas light no custo, mas não no paladar! Comecei por ler todas as receitas e ver quais me interessavam mais, e também por anotar ingredientes que não costumo usar na salada. Fiz a minha lista e lá fui eu, acompanhada por um companheiro pouco convencido da eventualidade do prato realmente se materializar — por  mim, pelo menos! Com um cestinho para cada um, enchi o meu de ingredientes que raramente como: agrião, amêndoa laminada, meloa, courgette, alho francês, tomilho, coentros e vinagre balsâmico!

Logo no dia seguinte fiz uma saladita de atum com agrião, milho, amêndoa laminada e tomate e alface com azeite e vinagre balsâmico e foi um sucesso! Não imaginam a minha felicidade! Já tive experiências horríveis com a minha mania de experimentar pratos diferentes nos restaurantes, pelo que no meu íntimo, tinha algumas dúvidas! Mas não, soube-me muito bem e foi interessante ter novos sabores na ementa, e no dia seguinte lá foi a dita salada para a escolinha! 

Já para o prato principal foi mais difícil ganhar coragem... Estava com preguiça, aquilo ainda tinha que ir ao forno, a semana já passava de meio... Incrivelmente, bastou o companheiro mencionar que talvez tivesse razão na sua previsão que me lancei logo à lista de ingredientes e passar pelo supermercado à vinda do trabalho. Grande ideia! Prato simples, aprovado e todooooooo feito por mim, que orgulho.

Aqui fica a imagem do prato antes do forno:



e após forno:




A receita que deixo abaixo não menciona massa, mas calculei que a courgette não fosse suficiente e fiz bem, penso que corta demasiado o sabor e não custa nada fazer um pratito de massa. A apresentação é bonita mesmo sem qualquer enfeite e o sabor cremoso sem ser enjoativo. Embora tenha sujado a cozinha toda e ainda tenha adicionado pimentos cortadinhos, adorei a dica e planeio entretanto fazer mais duas da mesma revista adicionando laranja e salmão fumado à ementa! Obrigada Blue ;)

Receita:
Para 6 pessoas

600 gr de carne de vaca picada                              1 embalagem de 500 ml de béchamel
250 gr de cogumelos                                              1 cebola picada
4 dentes de alho picados                                         6 courgettes pequenas
1 folha de louro                                                      Azeite q.b.
Sal e pimenta q.b.                                                   Queijo parmesão q.b.
(eu adicionei tomilho, orégãos, salsa e manjericão e um bocadinho de molho de tomate antes mesmo de levar ao forno e e fiz tudo na metade da quantidade mencionada pois somos só dois)

1. Corte as courgettes ao meio e com uma colher retire um pouco do recheio. Deixe a repousar. Tempere a carne com sal.
2. Numa frigideira refogue em azeite a cebola com o alho e a folha de louro. Adicione os cogumelos em quartos e, quando estiverem amolecidos, junte a carne. Deixe cozinhar durante cerca de 10 minutos, mexendo de vez em quando.
3. Junte o Bechamel, envolva bem e prove para retificar os temperos. Recheie as metades das courgettes com a mistura. Polvilhe com um pouco de queijo e leve ao forno durante cerca de 20 minutos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

"Estás igual!"

Reencontro amigos e, regra geral, a observação é sempre a mesma: "não mudaste nada!". Sim, eu sou desse tipo de pessoas. Aquela menina magrinha, energética, tagarela, que chega a roçar o chata, a pulga divertida que não parava quieta... Se consultarem as fotografias da escola primária, sou das poucas que ninguém tem dificuldade em identificar.

Mas não sei bem o que isso significa. Bem sei que não é um comentário invulgar, milhares de pessoas já o devem ter ouvido a certa altura da sua vida, mas não sei porquê parece-me ter um peso que dispenso. Não pela intenção por detrás de quem comenta, mas pelo que isso significa relativamente à minha vida... Aterrada como sempre com o que posso nunca atingir, fico revoltada ao escrutinar essas palavras. No momento sorrio e acho piada, não reflito. A minha loucura não é imediata, percebem? No entanto, quando depois passa o tempo, estou a fazer algo sem importância e penso no meu dia — e atinge-me! Outra vez... Faz-me avaliar tudo, olho-me ao espelho, procuro rugas, marcas que não tinha, manchas e conto-as, o percurso do que já recolhi pelo caminho e digo: é desta que pinto o cabelo!... ;)

Também não é assim tão grave, mas ainda não consigo desprender-me da necessidade automática de rever a minha vida e avaliá-la (porque já não passo tempo suficiente a fazer isso!). Após uma certa dose de realismo e introspeção lá me consigo acalmar pela consciência dos fatos, e digo para mim própria a história do costume: estou no caminho certo, até agora ainda não me desviei muito, já tenho alguns "checks" na minha lista de objetivos a cumprir e posso agora dizer que sou totalmente independente, mesmo numa altura tão difícil como esta. Nada mau para estes 24 aninhos. Mas por que é que preciso de me relembrar disso? Qualquer dia começo a colocar post-its pela casa com momentos chave da minha vida para não desanimar. Se calhar muitas fotos também não era mau, mas não quero fazer demasiados furos na casa, é alugada! 

Vêem? sempre igual...
Conclusão, filha de mãe bipolar e de pai com dose de relaxe de uma demasia totalmente adorável e amor em termos proporcionais sinto esta dificuldade em encontrar um equilíbrio, até mesmo de emoções... Cada vez que me aproximo de estabilidade, o medo arrepia caminho por mim acima e finca-se na minha mente sem deixar qualquer espaço para retaliação... Tenho um medo profundo de chegar a um ponto morto, estacionar e perder-me dentro de mim mesma. Sinto-me sempre presa. Como se fosse prisioneira do medo, deste sentimento familiar mas tão ambíguo. Medo de avançar em demasia, de saltar em direção ao precipício sem certezas de nada, e simultaneamente este terror de nunca chegar à meta que nem eu própria sei identificar.

Traço uma linha num papel em branco e não lhe vejo fim, e fico feliz. Para mim não deveria haver um fim para nada. Não deveria haver um fim para um bom filme, um fim para uma boa música, para um bom jantar, para um bom amor, para bom sexo, para uma boa amizade. Mas será que se decidir lançar a âncora estarei já a chegar ao fim do papel? 


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Coisas engraçadas

Com pouca paciência para filmes muito longos devido ao dia comprido, propuseram-me ver "Paul". Hum, o que sairá daqui? Tinha apenas uma indicação de que não seria um desastre total: Simon Pegg, actor principal em outras comédias do género como "Hot Fuzz" e "Run Fat Boy Run". 

ADOREI! Filme estúpido, com piadas secas e um efeito especial maravilhoso que dá vontade de abraçar o dito "Paul"! Esta história sobre a aventura de dois ingleses por terras americanas foge ao convencional por conseguir fazer-nos gostar das personagens tão já familiares. Fazem lembrar aqueles amigos irremediáveis, que não conseguimos mudar, razão pela qual gostamos ainda mais deles...
Para relaxar, muito divertido, aconselho!




quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sounds that make me groove


À medida que os dias passam lá vou fazendo uma revisão geral à minha música e desde que tenho este CD acabo sempre por voltar a esta lista de músicas fantásticas.
Confesso que sou um pouco tendenciosa, tudo o que este senhor produz fascina-me, mas desta vez, surpreendeu-me pela constante capacidade de inovação. Os sons deste novo CD “Rock Dust Light Star” são frescos, groovy, mexidos, e simultaneamente, aconchegantes... Sempre que o ouço sinto-me como que naqueles fins de tarde solarengos, a descer a nacional em frente ao mar, onde me esqueço do que deixo para trás e pasmo perante tal maravilha... estou em casa.

Com reminiscências de sons passados faz-me sorrir perante as memórias que me suscita, mas animada pelas novas que irei criar ao som destas novas batidas. A verdadeira definição de funk com muito cool, aqui fica um “gosto muito”!


Este é um pequeno exemplo da grande oferta da nova obra, aconselho vivamente!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Coimbra, tem mais encanto...

Na hora da despedida...

Pois é, Coimbra está velhinha. Ao lembrar-me do fim-de-semana lá passado vem-me à memória a música que cantámos à saída. Foi a primeira impressão e esta ficou para durar. Aproveitando o fim-de-semana da Páscoa decidimos dar uma volta cá dentro e fomos até Coimbra. Já não nos lembrávamos da cidade e pareceu-nos ideal para descansar.

O primeiro passo foi a marcação do hotel Vila Galé. Ao ligar fiquei logo impressionada pela simpatia e simplicidade. Em questão de minutos marcámos uma noite por 88 euros, com vista para a piscina, pequeno-almoço incluído e acesso à piscina interior e banho turco. Claro que o desempate em relação aos restantes hotéis foi o SPA, pelo ficou também marcada a massagem a dois, Romeu e Julieta para a manhã de check-out.



Ao chegar à cidade resolvemos visitar imediatamente os jardins de Pedro e Inês. Devo dizer que não está muito bem sinalizado devido ao hotel da Quinta das Lágrimas, que confunde um pouco os turistas. Lá fomos entrando e tirando umas belas de umas fotos. Com um tempo um pouco esquisito, prestes a chover, o local torna-se idílico, o palco perfeito para uma triste história de amor. O jardim romântico plantado em 1850 abre-se aos visitantes e prepara um cenário lindíssimo na sua simplicidade. O caminho fresco até às duas fontes presta-se a um momento de descanso agradável e presenteia os visitantes com uma vista maravilhosa mesmo em frente à Fonte das Lágrimas.



Entrando depois pela parte de Santa Clara pudemos ver logo a baixa e beira-rio, óptimo cartão de visita. Ao chegar ao hotel apercebemo-nos de que estava cheio, o que contrastou com o que ouvimos todos os dias na televisão de que atravessámos uma crise monumental. Comprovou-se mesmo assim a qualidade de atendimento do hotel, tendo atendido às nossas queixas e mudando o quarto assim que solicitado. Tivemos assim a sorte de ficar num quarto do canto, com vista para o rio e piscina, tranquilo e bastante confortável. Achei encantador o contraste entre os carris e o edifício velho com a modernidade do pátio da piscina e clareza do dia. O enquadramento do hotel na margem do rio resulta muito bem.



Seguindo os conselhos de uns simpáticos cibernautas fomos jantar ao Giuseppe e Joaquim e que óptimos conselhos! Uma refeição perfeita, carne deliciosa e no ponto, acompanhada por uma sangria de morango bem alcoólica. 



De registo negativo ficou apenas o tempo de espera entre cada momento da refeição, mas a boa disposição e a bebida mataram o tempo e até soube bem a "estadia" num restaurante com um óptimo ambiente.

À saída, no entanto, a história foi outra. Pelas ruas velhas encontrámos apenas indivíduos de aspecto duvidoso e nem mais vivalma. Provavelmente foi resultado de pouca exploração, mas para ser o centro, pareceu-nos um pouco morta para as 11 da noite... Tendo já conhecido a noite de Coimbra noutras visitas nocturnas sei que haveria muito por descobrir, mas quem quiser andar a pé por aquela zona não sente muita segurança... De volta ao hotel a noite foi bem descansada.

Por sorte o sol abriu-se pela manhã e o cenário era inspirador, claro e como que a convidar a visita. Depois do pequeno-almoço buffet muito recheado descemos para uma massagem de relaxamento a dois com direito a jacuzzi, e concluí que a decisão de ir descansar para fora cá dentro havia sido em cheio! Despedimo-nos com o espírito em paz e decididos a visitar um pouco mais da cidade. Subimos pelas ruelas até à praça da universidade, passando pela casa de Zeca Afonso, pela Sé velha e por aí fora. Não entrámos em sítio algum, pelo que dos interiores não posso comentar. Agora, o exterior do centro de Coimbra necessita de uma bela de uma remodelação. Uma cidade recheada de pequenas maravilhas como esta 


perde pela pobreza do estado das ruas e dos edifícios, adornados com demasiados graffitis com palavras de ordem e outras que não, dando um aspecto sujo e descuidado a tanta cultura. Parece-me que a ideia de restauração aplicada à baixa do Porto seria de rever para igual aplicação em Coimbra. Desse modo manteriam o estilo e sentido histórico sem o toque decadente que prevalece em alguns dos edifícios por onde se passa.
Para o almoço passeámos pelo jardim à beira-rio e comemos ali pelas esplanadas, ao som de uns patos engraçados e agradecidos pelas migalhas que recebiam. Naquela zona sente-se então um ambiente familiar, com parque infantil e possibilidade de passeio de barco pelo rio, ou até mesmo "gaivotas" para desgastar o bifinho à portuguesa.

Acabou-se assim o fim-de-semana, ficou o descanso, as boas fotografias e mais uma cidade nacional no bolso. Venha a próxima!  

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Things I see

Há certos momentos que devem ser partilhados, e publicidade que merece ser feita.

Num dia mais relaxado, aqui fica uma sugestão:

Kill the Irishman


"The true story of Danny Greene, a tough Irish thug working for mobsters in Cleveland during the 1970's." in IMDB


Sem dramas, sem momentos épicos, um filme interessante, cativante e sem tretas ;)

Cá para mim...

Isto de trabalhar em dois sítios e ainda fazer uns biscates por vezes torna-se difícil... 
Bem sei que são coisas pequenas, e por isso fico intrigada quando ouço alguém a contar-me: "Eu? Eu trabalho noutra cidade, por isso fico lá durante a semana. Sou casada, depois venho ao fim-de-semana para a nossa casa e ainda estou a tirar um mestrado e frequento um curso de inglês, fora as minhas coisas pessoais..." A minha cabeça fica na dúvida...como?
Acho que se deve tratar também de um processo de crescimento, mas para já ainda não me consigo imaginar a conciliar tanta coisa. Quando penso que tenho de acrescentar um mestrado à minha lista de afazeres tremem-me as pernas, mas vou vendo estes exemplos e sempre fico mais confiante... 
No entanto, será que me poderiam indicar o livro de "How To" para isto? E mais um pormenor, será que o movimento constante é o segredo... cabe felicidade nisso tudo? 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Inspiração

Vi este vídeo ontem à noite, depois de ter assistido a mais um descalabro neste país em que tanto acredito... 

Foi a inspiração necessária :) Aproveitei e procurei mais alguns e encontrei o segundo (a senhora só fala lá para os últimos 30 minutos!)




Para apreciar...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Newsss

Durante estas últimas semanas muito se passou! É incrível como quando ganhamos ânimo arranjamos sempre mais tempo para tudo e mais alguma coisa.
Ora, um destes dias lá fomos ao Porto sair e arejar as ideias. Depois de fazer a minha normal prospeção de mercado resolvi marcar jantar no restaurante/bar Tribeca no Porto. Um espaço dedicado ao Jazz, divide-se por cinco andares num edifício tradicional bem no centro da cidade, na Rua 31 de Janeiro, onde o ambiente convida qualquer um a entrar e beber um copo.
O menu de restaurante não é extenso e não é possível mudar acompanhamentos, mas prima pela apresentação, bons sabores e excelente educação e extrema simpatia do staff.
Após o jantar na sala intimista do terceiro andar descemos para o segundo andar onde de quarta a sábado se pode desfrutar de música ao vivo. Com um pequeno palco ao canto, podemos sentar tanto em pequenos puffs como em mesinhas, num ambiente acolhedor e com uma audiência muito cool e variada assistindo ao concerto com toda a comodidade. No rés-do-chão encontra-se o bar principal, bem imponente e que acaba por funcionar como cartão de visita da casa. Existe ainda uma sala de exposições de arte, pelo que aqui nada falta para nos manter a par da onda cultural da cidade.
Pessoalmente gostei muito da experiência e recomendo a todos os amantes de Jazz. Deixo apenas a dica relativa às horas: para arranjar mesa mesmo na sala de música ao vivo convém chegar cedo, 10/10.30 pois este espaço é já bem conhecido ;)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Novas tendências para o Porto

Vi esta notícia e achei o conceito extremamente interessante. Quando lá vivi no Porto pagava 400 por um T1 a 100 metros da rotunda da Boavista, tive muita sorte, pois foi por um amigo de um amigo! Todos os outros apartamentos que vi eram horripilantes...

Quanto ao nome do projecto e suas variantes, se repararem nos comentários dos leitores, há sempre alguém a criticar os estrangeirismos... Sinceramente, também foi a primeira coisa que me chamou a atenção, um projecto inteiramente português e vai-se publicitar tudo em Inglês... Fiquei dividida. Por um lado compreendo a referência automática do "low cost", por outro acho que um projecto tão interessante merecia mais nacionalismo.

http://www.publico.pt/Local/projecto-casas-low-cost-quer-recuperar-a-baixa-do-porto-a-precos-realistas_1480211

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Shopping online


Da minha leitura da revista Happy surge sempre alguma dica, peça, sítio, desconto interessante e desta resultaram alguns sítios de compras online bastante interessantes.

O artigo deste mês dedicado a essa secção chama-se "Shopping Addict" - Fomos à procura dos melhores sites de moda online".

Não posso alegar que os visitei a todos, não ando assim tão desocupada, mas dos que pesquisei, deixo aqui os que me atraíram pelos preços e variedade.

http://www.yoox.com - Para mim o melhor, pela variedade e principalmente, variedade de preços!

http://www.theoutnet.com - Também não está mau ;)

www.lastcall.com - Também bastante bom a nível de variedade!

Por último deixo o aviso a quem possa querer encomendar, no site da macy's não podem encomendar. Com isto das novas tecnologias tem lá uma opção para falar com uma assistente de apoio ao cliente por chat e a rapariguinha simpática disse-me que não enviam para fora dos EUA...creio que foi uma gaffe lá da revista...

PS: Os sitinhos têm muiiiiiiiiiiiitas bolsas fixolas! E se entretanto conhecerem alguns sítios fixolas, comentem...

Por outras bandas




Adorei ver isto!What a lady :)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O touro pelos cornos

Considero-me uma pessoa bastante positiva, energética, activa. Quem me conhece dirá que gosto de ir à luta, que não consigo ficar quieta, que sou muito bem-disposta.

Apesar de reconhecer o estado calamitoso do meu país, dos meus conterrâneos e do espírito que nos envolve, sempre considerei que, se eu fizesse a minha parte, o universo trataria do resto. Isto é, tenho em crer – ou tinha – que se eu trabalhasse o suficiente, se me esforçasse para demonstrar o que valho, se mostrasse que tenho vontade, o resto acabaria por acontecer, as oportunidades acabariam por surgir, por muito que não soubesse sequer quais as que desejo mesmo seguir. Ora, confesso agora que se trata de uma visão bastante inocente e básica do mundo. Começo sim a aperceber-me que se trata de um mundo muito injusto, ocasional e gerido por todos menos aqueles que o deveriam gerir! Neste mundo andamos uns a carregar e outros a ser carregados.

À medida que escrevo estas palavras apercebo-me da sua crueza e de como ficam feias no ecrã; mas recuso-me a embelezá-las porque já ando a matutar nelas há algum tempo. Sinto que já me apropriei delas, é a minha visão, a de burro de carga, e por isso não a mudo. Ao fazer parte de uma geração desnorteada a nível mundial sinto-me ainda mais perdida, sem eira nem beira num barco sempre a abanar. Embora saiba dos milhões de pessoas que partilham a minha precariedade no emprego, o meu desencanto com o mundo, o meu isolamento dos meus pares, tudo isso serve apenas para me fazer sentir ainda mais só. Não é que me sinta só no geral. Tenho apenas momentos em que me sinto isolada, por muito que corra para que isso não aconteça. Vou para aqui, vou acolá, marco isto e mais aquilo; faço contactos, pergunto como está tudo, mas parece sempre que a vida de cada qual se impõe e acaba por ser sempre difícil, quer tente, quer fique sentada no sofá a ver uma série. Com todos os acessos e facilidades temos sempre uma panóplia de actividades à nossa disposição, mas ao mesmo tempo estamos igualmente mais dispersos e não temos tanta consistência a nível de encontros. Curiosamente, acabamos por marcar as nossas rotinas através do nosso emprego, por muito que nos dias em que correm tanto se ouça falar da separação entre o pessoal e o profissional, da necessidade de criar tempo para o lazer. Ora, se o conjunto de amigos se dispersa nas horas de lazer, acabamos por nos juntar e proporcionam-se as actividades em conjunto com aqueles com quem comunicamos todos os dias. Isso parece-me muito estranho, não sei bem porquê. Lá está, muito inocentemente, sempre acreditei que as coisas se manteriam iguais, que os meus cafezinhos fossem tão fáceis como quando morávamos todos a cem metros e saíamos de casa com apenas as chaves no bolso porque lá se haveria de encontrar alguém na pastelaria. Mas tudo muda. E tudo muda do dia para a noite, sem que tenha tempo sequer de me despedir desses dias.

No decurso da minha leitura mensal da Courrier Internacional deparei-me com um artigo que subscrevo a todos com a minha idade. Tratava-se de um artigo sobre a tentativa de reconhecimento de um novo estádio de desenvolvimento da vida humana, que se aplica principalmente às culturas ocidentais. Os sociólogos perguntam-se por que é a passagem para a vida adulta se faz tão tarde agora e surge o estádio da “vintena”, ou a “idade adulta emergente”. Trata-se de dossiê sobre este tema cuja passagem que passo a citar é bastante esclarecedora daquilo que tento explicar “Na opinião de (Jeffrey Jensen) Arnett, os adultos emergentes têm um perfil psicológico especial: exploração de identidade, instabilidade, egocentrismo, sensação de estar entre dois mundos e uma característica assaz poética, a que dá o nome de ‘sentido dos possíveis’”. Descrevia palavra a palavra o sentimento que me assolou assim que acabei a minha defesa do relatório de estágio, apenas há dois anos atrás. Para começar, para mim parece que já foi há mais de cinco anos; sinto que já fiz tanto, e ao mesmo tempo não alcancei nada. Sei agora que naquele momento, os sonhos a que tanto ainda hoje me agarro simplesmente deixaram de ter significado. De repente, tornou-se tudo tão real, que a simplicidade do que mais almejava pareceu-me ridícula e infantil, pelo que agora quase que me recrimino quando os considero. Trata-se de uma confusão interna muito triste, muito pesada que ficou demasiado atordoante para uma pessoa que vê sempre o copo meio cheio. Até àquele momento tinha o meu percurso muito bem delineado, pensado até mesmo ao pormenor de alternativas para o caso de algum azar.

Mas a maior falácia do plano foi a sua duração, esqueci-me de planear para depois. Voltando agora ao que disse acima, pensava que as coisas iriam acontecer, que o meu valor seria reconhecido e que poderia aproveitar o tempo entre estar parada e a “oportunidade” para aproveitar a vida. Acontece que o universo não se revelou, a minha vida continuou a andar e a minha cabeça sempre a disparar. Descobri que não tenho jeito para “aproveitar” a vida e os seus “entretantos”. Quando tenho que simplesmente relaxar, o meu cérebro trabalha mais do que em modo de stress de final do ano e acaba por levar-me ao desespero. Embora tenha trabalho e até consiga atingir pequenas metas que estabeleço, o que me persegue é sempre este sentimento de que nunca poderei sentir-me realizada sem um emprego que me descreva, que me fascine, que me faça levantar todos os dias com um sorriso. Esta é a minha visão inocente.

E não consigo largá-la. Já tentei abafá-la, dar-lhe uma caixinha própria, cheia de autocolantes amarelos e luas e animais fofos. Já a escondi debaixo de férias, massagens e conversas, mas está sempre lá, quietinha, à espera de atacar assim que páro cinco minutos a contemplar o ar que não respirei.

Se me perguntarem se sou feliz direi que sim, orgulho-me de ter muitos momentos de felicidade no meu caderninho de eventos, e sei que terei ainda muitos mais à minha espera. Simplesmente sempre pensei que seria definida e valorizada pelo trabalho que fizesse. Sei bem que não sou só eu que penso isso, vejo essa noção na cara de todos os que me tratam com pena cada vez que me perguntam o que faço. Reconheço sempre os possíveis pensamentos: “pois, não escolheste muito bem o curso”, “pois, foste para línguas”, “deverias ter pensado mais à frente”, “é mesmo pena, davas-te tão bem na escola”, e um sem fim de outros tantos. Eu própria já cheguei a duvidar desta minha insistência, deste meu apego a algo que tão pouco me compensa. E continuo sem chegar a conclusão alguma. Sei do que gosto, ponto final. Sei que gosto de ler, de palavras, de letras, de palavras que soem bem, mesmo que não entenda o seu significado, sei que adoro ler uma frase e escrevê-la de outra forma para ver se consigo dizer o mesmo. Essa é a base do meu espírito e espero bem que nunca mude. Deixei de ter pena disso, deixei de querer gostar de números e de computadores, e de imagens, e de programas e tudo aquilo mais que faz parte da nossa realidade. Se existe algum lugarzinho perfeito no mundo para mim, com um grupinho de pessoas adoráveis e estimulantes, com um recurso didáctico incrível e com um rendimento confortável, espero um dia vir a encontrá-lo. Mas caso isso não aconteça, quero antes de tudo deixar de me lamentar. Quero deixar este pesar que pelos vistos partilho com a minha geração e deixá-lo perder-se no tempo da minha memória. Por isso mesmo decido hoje pegar o touro pelos cornos e voltar a ter a coragem para dizer aquilo que me vem à cabeça.

Hoje deixei de ligar a quem quer saber, quem não quer saber, quem encontra ou não encontra, se tem um typo ou falhou um espaço. Se estiver chateada estou, se estiver feliz, assim seguirei! O touro é meu, os cornos igualmente, por isso a quem me quiser “ouvir”, aqui estou eu! Uma cabecinha à deriva cheia de palhaçadas para partilhar!