sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ainda a vasculhar no baú...


Pois é, último dia de aulas, de trabalhos, de exames, de apresentações, de tudo...Está na hora de fazer o balanço, e não me apetece, não quero, não para já. Por isso resolvi vasculhar nas gavetas desta minha maquineta e andar à procura daquilo que fiz nests últimos quatro anos, e foi curioso, consegui vislumbrar por aquilo que escrevi, o ano em que estava, as aulas que tinha nesse momento. Pelo que me atrevo a dizer que sim, pelo menos nem tudo passou em branco, nem tudo passou a correr, algumas coisam foram ficando, senão, ora vejam lá o meu uso das aulas de HIPS??:)





No que respeita a actualidade das sociedades modernas e o estado de coisas que hoje temos de suportar, um em que os poderosos triunfam no crime assim como os desapossados na guerra, a única reacção possível a ter é a de uma profunda desilusão. O que diria Rousseau ao ver-nos mergulhados na decadência e na dependência de leis e governadores inúteis que tanto abominava? A linha evolutiva da História privilegiou, o pouco que pôde, a Europa. Embora seja o velho mundo, é ainda o culto e educado velho mundo. Contudo, o resultado da nossa colonização ao longo dos séculos revelou-se desastroso. Enviámos os nossos piores espécimes para a tarefa de descobrir o outro lado do oceano; aqueles que semeámos através da “usurpação de indígenas” nasceram já com o ódio por nós nas suas entranhas. Como se não bastasse, numa era em que os genes da violência já não conseguíamos controlar, decidimos atacar os árabes, em nome da sua (divirto-me imenso sempre que penso nisto) “libertação”, esse ninho de vespas, ou melhor, essa bomba prestes a explodir! Mesmo reconhecendo nas gerações seguintes a mesma grande falta de moral, não somos nunca capazes de a extinguir: essa incapacidade de ver mais à frente. As dimensões desmesuradas do despotismo pré-moderno é de nossa inteira responsabilidade, e este nós já não é só relativo a europeus, mas também engloba americanos, com quem, infelizmente, nos fundimos de uma forma apressada e meio confusa. Pois por muito que nos rebelemos e revoltemos dentro desta eterna rede de pesca emaranhada, estamos, sem sombra de dúvida, ligados a eles como a um lado obscuro da alma que não queremos reconhecer. Persistimos em nos queixarmos das suas acções, mas a crua realidade é que, em última análise, eles simplesmente fazem aquilo que nós (europeus, tão críticos, tão politicamente correctos) não teríamos coragem de fazer. Os séculos de civilização que já ultrapassámos de nada nos servem, continuamos a reagir através do instinto, sem pensar em consequências ou temas como o futuro longínquo, respondendo a vozes ridículas e, desconfio, já um pouco senis, simplesmente passando a pasta. E o que é mais fantástico é que ainda somos capazes de nos admirar com a reacção duma sociedade “maioritariamente bombista” a uma caricatura do seu líder supremo. Aqui sinto-me tentada a contrapor o nosso deus, um já mais cansado, farto de cruzadas e de papo cheio, e imagino-o lá em cima a pensar, a interrogar-se: “Como raio é que eles chegaram a isto?? E como é que eu ainda acabo sempre do lado dos mais sinistros e dos mais hipócritas??” Pois se é verdade que os árabes são peritos na violência física, nós, os do oeste, superamo-nos na pior forma de violência: a dissimulada, usando e abusando dos princípios morais, que inventámos só para nos safarmos…

vasculhando no baú....

Só uma pequena reflexão, lembrando estes últimos anos deste amor persistente, resistente a ataques e guerras de ciúmes, animado por um constante contra-ataque!Esperemos que o fim esteja mesmo a chegar. Obrigada a todos os que se candidataram, porque, por muito que não acredite que alguma coisa vá mudar, pelos menos vemos caras novas...
Apreciem;P

sábado, 12 de janeiro de 2008

Grandes momentos....


O chá!

Chega o frio do Inverno e parece que não há maneira de aquecer os pés, de aquecer as mãos, até que abro aquela gaveta especial ou o armário e lá estão elas, as pequenitas saquinhas de chá, aquelas ervas tão cheirosas, e parece que tudo o que estava antes mal, está prestes a melhorar. Há quem diga que a juda a relaxar, a acordar, e até a pensar melhor. A mim aquece-me os pés, o que já é bom para começar:)

Here's to everyone that has shared a cup with me...


A história do chá começou com um conto chinês datado de 2.737 a.C.. De acordo com a lenda, o imperador Shen Nung estava a descansar debaixo de uma árvore, quando algumas folhas caíram na vasilha de água quente, exalando um aroma que atraiu o imperador. Nung tratou de provar o líquido e adorou, nascendo assim, o chá.
Se a história é verdadeira, não se pode saber, porém, ela dá um tom romântico à origem da bebida consumida mundialmente. O primeiro registro escrito sobre o chá foi feito no século II a.C. O tratado de Lu Yu, escrito durante a dinastia Tang, da China, deu ao país o papel de responsável pela introdução do chá no mundo.
O chá expandiu-se assim mundialmente, chegando ao Japão no início do século XII, introduzindo por monges que trouxeram da China algumas sementes. A evolução do consumo nesses dois países foi rápida, atingindo os meios artísticos, poéticos, filosóficos e religiosos. No Japão, por exemplo, o chá é protagonista de um cerimonial complexo e de grande significado artístico e cultural, conhecido como Chado.
Continuando com a expansão, a bebida chegou ao continente europeu no início do século XVII, devido ao comércio entre a Europa e o Oriente. O consumo do chá difundiu-se rapidamente na Inglaterra, tornando-se uma bebida muito popular. Esta popularidade estendeu-se aos países com forte influência inglesa, primeiramente nos Estados Unidos e depois, na Austrália e Canadá. Hoje, o chá é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Coisas de comida


Porque não só a alma se alimenta, mas o corpo também, aqui ficam algumas sugestões para agradar o paladar.
Para quem se movimentar aqui pelo Minho, seguramente já é conhecedor de que não faltam bons restaurantes, pelo que comentarei alguns dos que mais me agradaram.
No Porto, mais precisamente em Leça, temos o fantástico D. Juan, restaurante selectivo com vista para o mar. Com um menú à base de pratos espanhóis, desde o presunto e setas grelhadas à maravilhosa paella valenciana, jantar aqui é toda uma experiência, de diversão e elegância, já que podemos sempre esperar o melhor dos funcionários, educação e disposição, acompanhadas pela saborosa sangria de champanhe ou licor da casa. Claro que tal serviço não se deixa ficar por menos, e digo apenas que tabela de preços não é a mais generosa.
Já em Braga, cidade dos padres mas também de muitas outras coisas, visitei recentemente o restaurante De Bouro, bem pertinho da Sé. Restaurante discreto e marcado pela brancura e decoração minimalista, este é o lugar ideal para quem procura pratos da cozinha tradicional portuguesa, com um ligeiro toque personalizado. Do bacalhau com gambas ao medalhão com molho de natas e pimenta, neste menú constituído por pratos fixos, as receitas são requintadas e até mesmo as sobremesas caseiras fazem o gosto à língua. Se é guloso mas não vive no luxo, pode aqui disfrutar de um jantar calmo e saboroso, sem ter que vir para casa com a bolsa muito mais leve.
Se já conherem algum dos dois ou tiverem algum a acrescentar, não hesitem em dar à língua:P

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A força do tango

Gotan Project, um dos meus grupos favoritos, formou-se em 1999, editando o seu primeiro álbum em 2001, La Revancha del Tango. A esse seguiram-se Inspiración-Espiración, Lunático e El Norte, nos quais o trio parisiense Eduardo Makaroff, Philippe Cohen Solal e Christoph H. Müller se juntam com outros músicos e vozes brilhantes, tais como Gustavo Beytelmann ou Nini Flores ou Cristina Villalonga. Conhecidos pela arte de misturar tango com electrónica, conquistaram o público com este som tão particular, e brilharam nos palcos de todo o mundo, desde a Argentina ao Japão. Em 2006 brindaram-nos com actuações nos coliseus do nosso belo país e, devo dizer, ao vivo conseguem transmitir a mesma força desse género musical tão característico, surpreendo-nos ainda mais com misturas inesperadas.
Para quem quiser relembrar ou para aqueles que ainda não conhecem, aqui fica um pouco de outras coisas de línguas fascinantes que rodeiam a nossa...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Um pouco de cinema...daquilo que não devem ver


Esta não vai ser uma mensagem longa, apenas um aviso, um conselho aos meu amigos leitores. A publicidade tem destas coisas, e o exagero do cinema americano já começa a cansar!

Conhecem o grande filme do ano, que já chegou em 2007? Eu Sou a LENDA??Bem, que é uma lenda até podia ser, mas é mas é longaaaaaaaaaaaaa. Este é daqueles filmes em que não vale mesmo a pena ir vê-lo ao cinema, nem mesmo quando se ganha o bilhete de borla, porque para dormir, mais vale em casa.

É lento, quase sem acção, quatro personagens, das quais uma é um cão, e os diálogos também não abundam. Basicamente, resume-se a um argumento fraco e repetitivo, sobre o fim da Humanidade e da sua cura fantástica por um indivíduo muito altruísta. Enfim, se puderem, dispensem, e poupem os euros para um bom lanche, porque este, nem pelas pipocas.

el parque


Intentaré dejar aquí, en este sitio frío y tan diferente a mí, algo que me ayude a acercarme a algo que me acuerde de lo que era antes, y de lo que siempre quise ser.
Escribiré lo que me venga a la mente, escribiré sobre el mundo que, en ciertos momentos veo tan claro , y que en la mayoría de las veces se aleja tanto de mi realidad.
Por eso hoy escribo sobre cuando aún no tenía ni idea de lo que era, y aún así era más segura de lo que soy hoy en día. Me acordé mucho esta semana de mi infancia. Me acordé de mi colegio, de mis compañeros, de mi profesora. Me acordé de los largos paseos por el parque, de cuando jugaba con los niños, del tiempo pasado en la huerta, durante el cual fingíamos plantar algo que no teníamos idea de lo que sería. Me acuerdo de cómo éramos felices en esos días, porque, claro, solo me acuerdo de los días tan claros que había en la Primavera y en Verano. Porque solamente me acuerdo de la luz tan clara que rompía por los árboles y nos cegaba por momentos y luego nos devolvía a la maravilla de aquel parque encantado. Porque me acuerdo de las fantasías que desarrollaba en mis sueños, de que había una bruja en la torre (que de hecho existía, la torre, eso no lo inventé) y por eso teníamos siempre que pasar corriendo para que no nos cogiera la bruja malvada. Me acuerdo del parque infantil donde teníamos arena y allí inventábamos toda una playa, y un mar nuestro, donde navegábamos por las tardes, antes de la siesta. La arena me llenaba los zapatos y me acordaba de que en breve llegaría a casa y mi mamá diría lo mismo de siempre: cómo puedes llegar a casa siempre tan sucia? y yo pensaba ¿y porqué no? ¡Si esa es mi función, mi deber! Era una niña y me encantaba serlo, porque ya tenía la percepción de que era algo fantástico; de que por el hecho de ser niña, me dejaban hacer un montón de cosas que a nadie más le dejaban. Me encantaba salir por las mañanas, en el coche con mi madre y otras tantas profesoras y llegar al colegio en gloria : otro día lejos de mi pequeño piso, otro día más en que el desconocido me esperaba. ¡Ah! ¡Era una gloria embarcar en todo ese planeta que era mi colegio! Porque, obviamente, solo me acuerdo de los días relucientes de verano, en que la brisa de la mañana te despierta y el calor de la tarde te atrapa y te confunde la mirada, todo se funde en un paisaje que no consigues distinguir. Y por fin, vislumbras tus colegas, tus amigas favoritas, la amiguita de la siesta, todos juntos, preparados para el bus que nos llevaba a otro lugar aún más encantado: llegaba el verano y con él, el bus a la playa!! Podríamos aún estar cansados y medios dormidos pero aquel aire a mar, aquel brillo que solo el agua te puede dar, compensaba perderte los dibujos animados de la noche anterior. Y en el momento en que ponías los pies en la arena, en la verdadera arena, ahí conquistabas tu libertad. Las profesoras gritaban llamándonos, corrían a buscarte al mar, “ !cuidado con las olas! ¿Ah que quieres quedarte ahí? ¡(Que) se lo voy a decir a tu madre!”. ¿ Y qué más daba? Le daba una patada y hacía otra investida. Y este era mi día. ¿ Genial no?
Porque claro, cuando eres niño, no hay días de lluvia que te recuerdes después. No, cuando eres niño todo tiene otro brillo, otro color, otro olor. Y por eso me quedé con ese brillo en mi memoria, con esa luz tan fuerte que me calienta los pies fríos en los días gris, y me hace recordar de que hay otros planetas por descubrir.